terça-feira, 5 de junho de 2007

(queria escrever sobre o nada...)
(o nada queria ser escrito)
(tenho o direito de escrever nada)

(nada.)

(o nada é a ausência do tudo)
(o tudo é um monte de nada)

(quem nada é o peixinho)
(quem mergulha não nada)

(eu sou danada)
(o que não dá em nada)

(nada me comove)
(nada me faz feliz)

(nada me deixa triste)
(nada me faz acampar)
(nada se foi)
(nada voltou)

Queria falar nada...

-Nada

domingo, 3 de junho de 2007

Certezas são menos doloridas que as incertezas?

O “não” é dolorido quando mesmo que sem almejar elaboramos planos, entretanto mais doloroso é quando se vai e volta no iôiô da duvida constante, e acaba muitas vezes sendo indiferente ao seu sentimento e ao do próximo. O “sim” ás vezes acaba sendo uma medida provisória , muitas vezes fica prorrogando-se e acaba virando uma medida definitiva que nem sempre esta a altura da felicidade que se quer, baseando-se apenas em convenções.
O mundo dos sentimentos é como um novelo de lã totalmente emaranhado, ás vezes você só consegue desembaraçar cortando de algum lado uma pontinha pequenina, que nunca mais vai se unir da mesma maneira a outra parte. Até se pode dar um nó (mais na hora de tricotar vai estar lá o nozinho), ás vezes o nó é mais forte do que a ligação natural, mais a maioria das vezes ele se desfaz. O jeito é achar a pontinha do novelo e puxar devagar, até e tudo se desembaraçar tudo, isso pode demorar dias, anos, décadas.
A única certeza que temos é que tudo um dia vai mudar, temos que fazer escolhas, escolhas equilibradas entre a negação e a afirmação, e viver a mercê delas,
Por isso o fio deve ser puxado devagar, parte por parte, passando entranha por entranha, desenlaçando com toda calma, antes de se corta totalmente a ligação, sentindo quando doer muito, pare,descanse, se de um tempo para viver, mais não corte! Sinta-se. Depois volte ao seu trabalho de tomar decisões e desembaraçar novelos.

Escolha de vida requer um heroísmo, Estaremos à altura de um destino?

sexta-feira, 1 de junho de 2007

eternoretorno

Eternamente Retornável

É tudo assim, é tudo novo.
Os dias vão passando, e aos poucos vou me lembrando do que ainda não aconteceu.

A cada centímetro, memórias novas se acumulam, sensações deformes contaminam o que sou.

E sou eternamente retornável, um ciclo vicioso de emoções a flor da pele, sou um poema melodramático afim de surpresas por parte do bem amado.
Essas coisas que parecem eternas que sempre existiram e que sempre existirão.
Desejo louco vontade obsessiva e puramente saudável.

Com um diferente sono que nos toca para lá no mundo dos sonhos.

Saudade gostosa, que me traz a cada dedo, mais desejo, mais amor, que não me canso de sentir.
Viciada em sensações em lembranças de um futuro que me cercam devagar, eu sou eu mesma, surpresa lunar.


Leonina emocional.

Sou parte do mundo que não existe. Em parte sou minha parte feliz e minha parte triste
Não sou melancólica e nem sou o que existe. Sou um pouco de ar, orégano e aspirina

Pequenamente insustentável, de um peso flutuável
Uma bela adormecida, acordada e precisa

Eu sou, eu sou, eu sou
Eu sou o que quiser sou eu
Sou o acaso poético de ida e vindas
A mercê de um destino perdido
De tudo sou um pouco
Eternamente louco livro de romance, uma encenação de mim mesma.
Meu doce amor, com gostinho de pêssego.