quinta-feira, 6 de maio de 2010

Ou realmente é isto ou realmente é aquilo

O tempo passou.

Realmente tive que escolher entre o "isto" e o "aquilo"(saudando minha querida poetisa Cecília Meireles). A dúvida cessou.

Agora faço parte da desconstrução da vida.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

O sertão da chuva

Vem a chuva no sertão do brasleiro
Chove, chove
no sertão do Brasil
A chuva dos amores encatados!
Chove, chove
- Venha meu amor! Vamos cair das nuvens
- Aonde vamos cair?
- No sertão.
- Ué, mas lá nunca choveu!
- Pois é, lá vai chuva...


agosto de 1996

domingo, 12 de agosto de 2007

Raiva

Angustiosa raiva, essa solidão impaciente!
Transborda-me de ânsia, vontade de te ter.
Longe demais para ser meu
Perto de mais para ser tua

E sinto raiva!
Por não poder te ter colado às minhas vistas
Aos meus desejos e meus suplícios

E te quero muito, só para meus sonhos.
Só meu
E cheio de raiva
Quero inseguro

Você só sobre o meu domínio
É minha raiva, minha gaiola.
Raiva por não ser só tua
Não posso ser sua

Sinto raiva,
Não quer que eu seja sua?
Por que não?
Ser só tua.

Virar raiva
É, me faz só

domingo, 29 de julho de 2007

Insanidade

Descobri que se ao amor é verdadeiro existe sofrimento e que a dor deixa a vida mais alegre, é tão bom sofrer por amor dói lá no fundo e chacoalha o seu cérebro e sai tudo: os melhores poemas, superações, grandes êxitos e até vontade de escrever um livro, a gente se sente mais vivo. Mexe com o nosso interior e descobrimos coisas que nem sabemos sobre nós mesmos. Esses dias fazendo uma limpa no meu quarto achei alguns textos de uma época de dor. São até bons, mas deprimentes, hoje em dia tenho certeza de que nunca mais irei sofrer nem escrever aquilo. Os textos servem como link para a minha memória e são tão estranhos que não me reconheço mais neles. Acho que tomei uma distancia deles. Fiquei com vontade de sentir como eu me senti naquele tempo, somente para poder escrever mais e perceber como a minha vida evolui a cada mês, a cada dia. Estou à procura de novas dores e no momento a única dor que eu sinto é de dente.

Um diálogo da época:

Não estou contente, muito menos ausente.
Acaba comigo! Assume que não me ama!
Por que toda vez que me descobre se ausenta?
Não quero mais a sua insanidade
És louco, é pirado é estranho e é amado.
Não te quero, mas te querendo, não compreendo.
Que nem me entendo

Vai, vai e se vá, volte quando acorda!
E saiba a casa também é sua
Sentira aquela falta que você me faz
Lembrarei que não é a falta que se faz

Eternidade nem se dura, o amor não é capaz
Não é eterno, e porque se faz de terno?
E porque me mentes? E como me entende!
E como mesmo assim se entende?

Permita que vá, espero que a casa também seja sempre minha!
E vai, tenta entender que sou viciada em você.

Não quero que se fique, nem que se vá
Nem que se vá ou que se fique
Apenas quero que abdique.




Hoje em dia acho que a insana sou eu, por ter me permitido a sofrer tanto!

terça-feira, 5 de junho de 2007

(queria escrever sobre o nada...)
(o nada queria ser escrito)
(tenho o direito de escrever nada)

(nada.)

(o nada é a ausência do tudo)
(o tudo é um monte de nada)

(quem nada é o peixinho)
(quem mergulha não nada)

(eu sou danada)
(o que não dá em nada)

(nada me comove)
(nada me faz feliz)

(nada me deixa triste)
(nada me faz acampar)
(nada se foi)
(nada voltou)

Queria falar nada...

-Nada

domingo, 3 de junho de 2007

Certezas são menos doloridas que as incertezas?

O “não” é dolorido quando mesmo que sem almejar elaboramos planos, entretanto mais doloroso é quando se vai e volta no iôiô da duvida constante, e acaba muitas vezes sendo indiferente ao seu sentimento e ao do próximo. O “sim” ás vezes acaba sendo uma medida provisória , muitas vezes fica prorrogando-se e acaba virando uma medida definitiva que nem sempre esta a altura da felicidade que se quer, baseando-se apenas em convenções.
O mundo dos sentimentos é como um novelo de lã totalmente emaranhado, ás vezes você só consegue desembaraçar cortando de algum lado uma pontinha pequenina, que nunca mais vai se unir da mesma maneira a outra parte. Até se pode dar um nó (mais na hora de tricotar vai estar lá o nozinho), ás vezes o nó é mais forte do que a ligação natural, mais a maioria das vezes ele se desfaz. O jeito é achar a pontinha do novelo e puxar devagar, até e tudo se desembaraçar tudo, isso pode demorar dias, anos, décadas.
A única certeza que temos é que tudo um dia vai mudar, temos que fazer escolhas, escolhas equilibradas entre a negação e a afirmação, e viver a mercê delas,
Por isso o fio deve ser puxado devagar, parte por parte, passando entranha por entranha, desenlaçando com toda calma, antes de se corta totalmente a ligação, sentindo quando doer muito, pare,descanse, se de um tempo para viver, mais não corte! Sinta-se. Depois volte ao seu trabalho de tomar decisões e desembaraçar novelos.

Escolha de vida requer um heroísmo, Estaremos à altura de um destino?

sexta-feira, 1 de junho de 2007

eternoretorno

Eternamente Retornável

É tudo assim, é tudo novo.
Os dias vão passando, e aos poucos vou me lembrando do que ainda não aconteceu.

A cada centímetro, memórias novas se acumulam, sensações deformes contaminam o que sou.

E sou eternamente retornável, um ciclo vicioso de emoções a flor da pele, sou um poema melodramático afim de surpresas por parte do bem amado.
Essas coisas que parecem eternas que sempre existiram e que sempre existirão.
Desejo louco vontade obsessiva e puramente saudável.

Com um diferente sono que nos toca para lá no mundo dos sonhos.

Saudade gostosa, que me traz a cada dedo, mais desejo, mais amor, que não me canso de sentir.
Viciada em sensações em lembranças de um futuro que me cercam devagar, eu sou eu mesma, surpresa lunar.


Leonina emocional.

Sou parte do mundo que não existe. Em parte sou minha parte feliz e minha parte triste
Não sou melancólica e nem sou o que existe. Sou um pouco de ar, orégano e aspirina

Pequenamente insustentável, de um peso flutuável
Uma bela adormecida, acordada e precisa

Eu sou, eu sou, eu sou
Eu sou o que quiser sou eu
Sou o acaso poético de ida e vindas
A mercê de um destino perdido
De tudo sou um pouco
Eternamente louco livro de romance, uma encenação de mim mesma.
Meu doce amor, com gostinho de pêssego.